O que pode dar errado ao ignorar a NR1?

A atualização da NR1, Norma Regulamentadora nº 1, que entra em vigor ainda em 2025, marca um divisor de águas na gestão de segurança e saúde no trabalho.

Mais do que um simples ajuste de regras, ela redefine a forma como as empresas devem enxergar riscos ocupacionais, saúde mental e cultura organizacional.

Mas e se a empresa decidir não se adequar? Ignorar a NR1 pode custar caro  e não apenas em termos financeiros.

Multas e sanções trabalhistas da NR1

O descumprimento das exigências pode gerar multas pesadas, determinadas pelos auditores fiscais do trabalho.

Cada infração tem um valor diferente, mas o acúmulo de irregularidades, como ausência do PGR atualizado, falta de treinamentos ou inexistência de medidas contra assédio, pode representar milhares de reais em penalidades.

Além disso, em casos graves, a empresa pode sofrer interdição de atividades, paralisando totalmente a operação até que as falhas sejam corrigidas.

Processos judiciais e passivos trabalhistas

Com a nova NR1 reconhecendo os riscos psicossociais (como assédio moral, estresse e sobrecarga de trabalho), cresce o número de ações trabalhistas envolvendo saúde mental e ambiente tóxico.

Empresas que não demonstrarem medidas preventivas, como treinamentos, canais de denúncia e acompanhamento psicológico, poderão ser responsabilizadas por danos morais, indenizações e afastamentos.

E o problema vai além do tribunal: um processo desse tipo pode afetar diretamente a imagem e credibilidade da marca no mercado.

Aumento de afastamentos e queda na produtividade

Sem o gerenciamento adequado dos riscos, os colaboradores ficam mais expostos a doenças físicas e mentais.

O resultado? Absenteísmo, rotatividade e perda de performance.

Estudos mostram que empresas que investem em segurança e bem-estar reduzem em até 40% os afastamentos e aumentam significativamente o engajamento das equipes. Ignorar a NR1 é, portanto, um erro de gestão, não apenas de conformidade.

Impacto financeiro pelo NR1

As consequências da negligência vão muito além das multas:

  • Custos com substituições de pessoal afastado.
  • Honorários advocatícios e indenizações.
  • Queda de produtividade e atrasos em entregas.
  • Perda de contratos com parceiros que exigem conformidade com normas de SST.

No fim das contas, adequar-se é mais barato do que remediar.

Risco de desorganização interna

A NR1 exige integração entre setores, especialmente RH, contabilidade e segurança do trabalho.

Quando a empresa não se adapta, surgem falhas de comunicação, documentos desatualizados, treinamentos inconsistentes e ausência de registros digitais, um cenário que fragiliza toda a estrutura organizacional.

Ignorar a NR1 é fechar os olhos para uma mudança que veio para ficar. Em 2025 e 2026, o foco não será apenas no cumprimento burocrático, mas na construção de ambientes saudáveis, produtivos e humanizados.

Empresas que se anteciparem à legislação não apenas evitam riscos, mas também fortalecerão sua reputação, melhorarão o clima interno e ganharão vantagem competitiva.

A pergunta não é se você deve se adequar à NR1, mas quando vai começar.